Dom Casmurro
Joaquim Maria Machado de Assis foi um dos mais ilustres escritores brasileiros, sendo considerado o maior da literatura nacional. É dono de uma vasta obra composta de nove romances e peças teatrais, duzentos contos, cinco coletâneas de poemas e sonetos, e mais de seiscentas crônicas.
Nasceu no Rio de Janeiro em 1839 e aí morreu em 1908. Filho de um mulato e de uma lavadeira portuguesa atingiu o posto mais alto na literatura brasileira e é hoje considerado o grande escritor nacional. Trabalhou como tipógrafo na Imprensa Nacional e como revisor e colaborador do Correio Mercantil. Casou-se com Carolina Xavier de Novais, com quem iniciou sua fase madura e genial. Ocupou cargos importantes no Ministério da Agricultura e Viação. Fundou a Academia Brasileira de Letras e foi seu primeiro presidente. Sua origem humilde, a timidez, a epilepsia, a gagueira, nada o impediu de ascender a mais alta posição da intelectualidade brasileira.
Sua produção, quer em verso, quer em prosa, está à altura de qualquer obra internacional da época. Autodidata e pobre, Machado de Assis, pelo seu próprio esforço e perseverança, atingiu as culminâncias da arte literária, aprendeu vários idiomas e familiarizou-se com as obras-primas da literatura universal.
Seu estilo sóbrio, equilibrado, correto, nobre, é repassado de humor finíssimo e revela um pessimismo tranquilo, uma descrença sem desespero, tudo com maturidade. O homem discreto, observador e conhecedor da alma humana, revela em suas obras profunda sondagem psicológica.
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Marca a fase madura de Machado de Assis e o início do Realismo (Segunda metade do século XIX) entre nós. Em 1857, Flaubert já publicara em Paris Madame Bovary - obra denúncia dos valores burgueses. Em 1867, no mesmo ano em que Marx publica o Capital, Zola publica Thérèze Raquin - obra que retrata o homem sob a visão patológica. A influência sobre o Brasil não tardou. Coube a