Dom casmurro
Franciani Bulhões Martins
Dom Casmurro (Martin Claret, 2002, 223 páginas, 12,90 reais) do escritor brasileiro Machado de Assis.
É desprezível, e acima de tudo inaceitável, a errônea interpretação dos leitores a respeito da obra Dom Casmurro. Infelizmente vemos muitos leitores resumindo a obra machadiana na seguinte pergunta: “Capitu traiu ou não traiu Bentinho?”.
Não há dúvida que Machado de Assis quis deixar tal suspeita na cabeça dos leitores, mas a obra não termina por aqui.
A história é narrada em primeira pessoa pelo narrador personagem Bentinho. Este conta sua vida desde a infância até tornar-se um senhor.
Quando criança, Bentinho era vizinho de Capitu. Anos de uma linda amizade com a menina fez com que ambos se apaixonassem na adolescência. Tal romance era proibido, pois a mãe de Bentinho havia feito uma promessa para que ele se tornasse padre.
O casal com medo das conseqüências causadas pela separação quando Bentinho fosse ao seminário, fez jura de amor eterno e fidelidade. Nas conversas com seu namorado notamos a inteligência de Capitu. Esta sempre liderava as conversas, os planos e era rápida nas respostas. Quando seu pai a flagrava com Bentinho, Capitu sabia disfarçar surpreendentemente.
Bentinho vai ao seminário e lá faz amizade com Escobar. Tempo depois convence sua mãe que não tinha vocação para ser padre. Após seu retorno do seminário vai estudar Direito na Europa. Cinco anos após volta e finalmente casa com Capitu. Mas a felicidade do casal não durou muito, uma vez que Bentinho possuía um amor doentio e possessivo por Capitu. Bentinho desconfia da fidelidade de Capitu, condenando-a tê-la traído com seu amigo Escobar. E também constata que seu filho Ezequiel era fruto dessa traição. Capitu não aceita tal desconfiança e pede a separação. Bentinho aceita a separação dizendo que não há outra solução. Ela vai morar com seu filho na Europa e Bentinho se torna um homem amargurado.
Bentinho morou durante