Doença Holandesa
Mainara Avelina
São Paulo, 27 de Novembro de 2013.
Introdução
O cognome de doença holandesa provém de uma situação da década de 70 na
Holanda, onde a descoberta de gás natural trouxe excesso das receitas de exportação, em moeda estrangeira, provocando a valorização do florim (moeda nacional da época). Tal fato inflou em dólares os produtos industrializados do país, reduzindo a capacidade competitiva.
A existência de vantagens comparativas para os países, que são detentores de recursos naturais ou minerais abundantes teriam, como consequência negativa, a especialização específica nesses segmentos e a perda da capacidade industrial para outros setores. Como dizia o mestre Keynes: “Economia é um tema difícil e técnico, mas ninguém quer acreditar nisso” - algo que seria remédio, antídoto ou estimulante é cognominado de doença!
A doença holandesa
O conceito de Doença Holandesa se refere à perda de competitividade e retração do setor industrial holandês resultante da apreciação cambial trazida, na década de 1960, pelas exportações de gás natural explorado no Mar do Norte. A benção que a descoberta de recursos naturais abundantes podia representar mostrou-se mais ambígua do que parecia.
A importância crescente da indústria de extração, refino e distribuição de gás conviveu com a regressão da diversificação industrial não apenas em ramos intensivos de trabalho, mas inclusive em ramos intensivos em capital e tecnologia, o que limitou a geração de valor agregado e o ritmo de incorporação de ganhos de produtividade na indústria de transformação.
Na década de 1970, porém, a participação das manufaturas nas exportações recuperou-se parcialmente, de modo que a Doença Holandesa foi muito mais crônica e grave em outro país banhado pelo Mar do Norte, a Inglaterra (ROWTHORN & WELLS, 1987).
A explicação neoclássica da Doença Holandesa é insatisfatória, ao depender de hipóteses heroicas como equilíbrio de