Doença Holandesa
A Doença Holandesa e o caso Brasileiro
(Desindustrialização)
São Paulo
2013
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. CONCEITO DE DOENÇA HOLANDESA
3. O CASO BRASILEIRO
4. CONCLUSÃO
5. REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
O tema deste trabalho é o fenômeno conhecido na literatura econômica como doença holandesa. Este fenômeno se refere a um boom no setor de produtos primários (booming sector) provocado pela descoberta de reservas de gás natural na Holanda, nos anos 60. Este boom atraiu um grande fluxo de capitais externos, conduzindo a uma sobre apreciação da taxa de câmbio que, por sua vez, inviabilizou as exportações e o desenvolvimento do setor industrial. Nas suas versões mais modernas, a doença holandesa está associada também a problemas de má gestão macroeconômica.
O Brasil sofre ou sofreu da doença holandesa em algum momento desde o início da década de 1990? A importância do estudo deste tema reside no fato de que o fenômeno da doença holandesa se constitui em processo de amadurecimento completo do setor industrial, que é entendido como o setor mais dinâmico na promoção do processo de desenvolvimento. Além disso, deve ser levado em conta que a doença holandesa, de uma maneira geral, leva a uma especialização em detrimento da diversificação produtiva.
CONCEITO DE DOENÇA HOLANDESA
O termo “doença holandesa” (ou “mal holandês”) foi usado pela primeira vez pela revista inglesa The Economist, no ano de 1977. Tratava-se de uma referência ao fato de que a Holanda, nos anos 60, após ter descoberto reservas de gás natural, experimentara uma queda na produção e exportação de bens manufaturados em razão da sobre apreciação da taxa real de câmbio, promovida pela entrada vultosa de capitais externos. Apenas em 1982 o termo usado pela The Economist recebeu rigor econômico. O primeiro modelo foi estruturado por Corden e Neary (1982), que expuseram a natureza prática do