Doença de chagas
A história da doença de chagas se inicia com uma tripla descoberta, no instituto Oswaldo Cruz (IOC), que comunicou ao mundo cientifico a descoberta de uma nova doença humana. Seu agente causal (o protozoário que denominou de Trypanosoma cruzi em homenagem ao mestre Osvaldo Cruz) e o inseto que o transmitia (triatomíneo conhecido como “barbeiro”) também haviam sido por ele identificados ao final de 1908. O “feito” de Chagas considerado único na historia da medicina, constitui um marco decisivo na história da ciência e da saúde brasileiras.
Sintomas da doença
Nos primeiros anos a doença pode ser assintomática. Nos primeiro dias da picada, em geral de 4 a 10 dias, podendo variar até a algumas semanas, a pessoa pode apresentar um quadro de febre, mal – estar, falta de apetite, uma leve inflamação no local da picada, enfartamento de gânglios, aumenta do baço e do fígado e distúrbios cardíacos (Rey, 2001). Os sinais mais característicos da fase aguda são o chagoma (inchaço na região da picada) e o sinal de Romaña, inchaço nas pálpebras, que ficam quase totalmente fechadas (alguns barbeiros têm preferência em picar parte do rosto próxima aos olhos). Nesta fase da doença o tratamento é possível, mas em geral a mesma passa despercebida e a pessoa não sente mais do que o leve incômodo da picada.
A doença só vai se manifestar mesmo muitos anos depois, na fase crônica quando o coração já está gravemente comprometido com os Tripanossomas multiplicando – se no eixo maior do músculo, formando uma grande massa, lesionando o miocárdio e, menos intensamente, também o pericárdio, o endocárdio e as arteríolas coronárias. O indivíduo infectado pode apresentar diversas manifestações clínicas, como falta de ar, tonturas, taquicardia, braquicardia e inchaço nas pernas. Além disso, o parasito também pode causar lesões no fígado e nos sistemas nervoso e linfático.