Doctor
O fictício colégio “Welton Academy” é um retrato de tantas outras instituições de ensino ainda presentes em nossos tempos. Seu método empirista-associacionista evidente permanece vivo em escolas de prestígio na cidade de Aracaju, pois elas objetivam a transmissão e fixação do conhecimento a fim de ser útil em concursos. O professor tem o papel totalitário de repassar a informação, os alunos têm a obrigação de “salvar” a tal informação e, por fim, serem avaliados pelo, basicamente, nível de memorização. Imaginemos então um professor que desafia completamente esse conceito! Um professor que se dispõe a aprender também com os alunos é até então uma eventualidade anormal, que se diga no passado mais rígido que nossos pais viveram. Acompanhar na tela o professor John Keating buscando nos alunos o caminho para guiá-los durante as aulas e terminando por encaminhá-los às descobertas é, sem sombra de dúvidas, inspirador. Transpor métodos de ensino “clássicos” para desenvolver uma aprendizagem fomentada pela vontade do aluno em descobrir é compensável. Quando o professor ordena que rasguem os livros ele sabe que os autores podem ser confusos (podem até mesmo estar errados!), que os alunos podem ter diferentes opiniões e que estas opiniões devem ser escutadas e daí trabalhadas. Buscar a noção do estudante é dar-lhe compreender que ele é capaz de produzir suas próprias ideias, ou seja, de expandir o conhecimento; daí o lugar do professor na frente da sala com a sua cadeira e mesa como fator “mais importante” perde força. Subir na mesa é uma mensagem: o professor é um intermediário entre o aluno e a cognição. Essa só foi uma das ações ultrajantes da personagem John Keating. O uso do espaço externo do “Welton Academy” foi uma boa sacada para mixar o ensino com a aplicação, além de tornar mais agradável e fugir do ambiente seco das salas de aula. Hoje em dia é possível ver alunos sendo guiados em passeios