Do Luto Luta

DO LUTO À LUTA
Goreth Silvana Borges da Silva¹

A família é desejada como algo perfeito e não se planeja o inesperado. Então, o que fazer diante de uma espera frustrada? Ou mesmo diante de uma notícia que, inicialmente, nos ocorre como algo improvável, não planejada...não desejada? Evaldo Mocarzel, no documentário do Luto à Luta, nos trouxe o olhar para além das expectativas. Em cada conflito e em cada tomada de decisão, há um emaranhado de sentimentos humanos, que idealizavam construir a sua família como as demais.
Os depoimentos dos pais e do próprio Mocarzel evidenciou as suas perspectivas frente a uma criança com síndrome de Down, sem esconder suas frustrações, medos, raiva, o sentimento de culpa, isto é, o luto primitivo que vem com a notícia da má formação genética que causa a síndrome. Mas, também, mostra o quanto o amor foi capaz de motivar estes pais e unir suas famílias em um só propósito, ultrapassar as barreiras impostas pela síndrome de down em seu filho e o quanto aprenderam com isto.
O desconhecido causa medo, e o medo as vezes é o motivo principal da rejeição. Antes de saber o que realmente é a síndrome de down, vem a notícia de ter em posse e responsabilidade um filho com a síndrome. Mongoloides, deficientes intelectuais, sem perspectiva de vida útil ou até mesmo sem estimativa de longevidade. Diagnósticos que podem levar os pais a segregar os seus filhos, sem estimulá-los a interação social e as habilidades capazes de desenvolver.
No entanto, as primeiras impressões foram reavaliadas, as denominações reformuladas e o conhecimento bate a porta de um mundo novo, no qual pais e filhos caminham juntos e provam para o mundo o quanto é possível e provável sua interação.
Mocarzel, inteligentemente, desperta a importância do conhecimento das leis que venham assistir seus filhos, da observação e desenvolvimento de suas potencialidades. O filme traz diversas experiências, em épocas distintas e o sucesso dos estímulos para estas crianças, além de