Diário de leitura
FABRÍCIO, Branca Falabella. Linguística Aplicada como espaço de “desaprendizagem”: redescrições em curso. In Por uma linguística aplicada INdisciplinar. LOPES, Luiz Paula da Moita (org.). São Paulo: Parábola Editorial, 2006.
Tanto o título do artigo, quanto o da obra, acenam um enfoque transgressivo, advindo, muito provavelmente, de alguma necessidade de mudança. Contudo, penso que a Linguística Aplicada já é, por constituição, transgressora. Num espaço-tempo em que se pensava a língua dicotomicamente em relação ao ensino, a Linguística Aplicada assume a responsabilidade de se dedicar a atender à evidente necessidade de se pensar esses elementos a partir de uma perspectiva menos negligente. Fico curiosa, assim, em descobrir que necessidade nova seria essa e o que seria essa “desaprendizagem”...
Abaixo, registro minhas impressões sobre o texto, seguindo a divisão dada pela autora deste.
MUNDO EM MOVIMENTO
A autora inicia o texto com uma descrição do que seria o mundo atual, caracterizado pela pulverização de valores, crenças, definições – características do que poderia ser chamado de pós-modernismo. Fiquei impressionada quando ela apresenta tal caracterização como sendo algo referente ao século XVI.
Considerando o estreitamento entre os conceitos de deslocamento e desconcerto (um deles referente à descrição do século XVI e o outro atual – não ficou claro, para mim, qual ela entende que se refere a qual...) - embora apresente ressalvas - , a autora propõe a compreensão de vivemos um momento de transição que não é privilégio contemporâneo, mas a regra da existência: “ ‘Existir’ seria existir sempre em movimento, em meio a oscilações entre continuidades e rupturas” (p. 46). Tendo isso em vista, a autora propõe que se pense sobre o fazer linguística aplicada em face a essa transitoriedade, a essa “regra” do existir.
Que sacada bacana! Poxa vida, algo tão óbvio e tão complexo. Fiquei pensando que o senso comum tem