Diário da Queda
A novela não é apenas capítulos de narrativas envolventes e produtos sendo anunciados seja pelo merchandising, seja pelo comercial; a novela é um universo, um mecanismo fundamental de educação dos sentimentos que atribui significados aos produtos e ideias anunciados. Ela faz parte do cotidiano de praticamente quase a totalidade da população brasileira, está presente na mídia, no salão de cabelereiro, nas reuniões familiares, na rua, entre os amigos, enfim, está na boca do povo. E oque está na boca do povo também são os bordões, que aparecem cada vez com mais frequência nas telenovelas e que geralmente trazem bons resultados para as emissoras, já que podem potencializar a exposição da novela sobre a população. Cair no esquecimento se torna uma tarefa difícil, quando um bordão passa a fazer parte do vocabulário da população.
Vale a pena lembrar que os bordões não surgiram na televisão, mas na época de ouro do rádio na década de 40. Eles se fixaram nos anos 70, mais especificamente em 1973, com a novela O Bem-Amado com o personagem Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) ao dizer "Vamos deixar de lado os entretantos e vamos passar aos finalmentes", criado por Dias Gomes e a partir disso, nunca mais deixou de aparecer na TV.
Alguns exemplos de bordões que marcaram época nas novelas nacionais e possivelmente são usados até hoje, são:
"Tô certo ou tô errado?
Em Roque Santeiro, o personagem de Lima Duarte, Sinhozinho Malta, eternizou a frase que se manteve presente durante toda a novela. Suas declarações sempre acabavam com a grande questão! "Não é brinquedo, não!"
A autora Gloria Perez ganhou destaque com algumas sacadas brilhantes que caíram na boca do povo. Em O Clone, Dona Jura, interpretada por Solange Couto, agitava o núcleo carioca com seu jeitinho típico estressado e com um coração enorme.
"Cada mergulho é um flash!"
Ainda na novela O Clone, a personagem Odete, vivida por Mara Manzan,