"Dizer Adeus"
É preciso dar “adeus!” à segurança da casa dos pais; é preciso dar “adeus!” às seguranças; muitas vezes é preciso dar “adeus!” a colos; é preciso dizer “adeus” à lembranças (aquelas desnecessárias), não se apegar a passados; dar “adeus!” a si mesmo, ao que se foi, para livrar-se de culpa, de cargas pesadas demais para serem levadas durante a caminhada rumo ao “destino do ‘adeus!’”. Entenda o dizer “adeus” à casa dos pais ou aos pais... Não é sair de casa para crescer somente! Dizer “adeus” aos pais não é apenas uma colocação para os “recém adultos”, para os que acabaram de adquirir maioridade e que precisam sair de casa para fazer sua vida que, sabemos, não se faz à sombra dos pais. “Pai” e “mãe” simbolizam quaisquer figuras às quais damos espaço em nossas vidas para nos trazer segurança, que não nos façam desejar sair do ninho, do aconchegante ninho da dependência, da não autonomia, da não escolha, e até... do “não à dor”. Segundo renomados psicanalistas o ser humano é um ser de carência originária, ser de falta, que, em todas as suas relações, busca, inconscientemente, o ventre, o seio materno.
Dizer “adeus” implica por vezes em deixar tanto conforto para trás...! Talvez em deixar ouvidos, conversas – e até conselhos truncados –, significa deixar tudo o que, aparentemente, representa o que de melhor a vida poderia dar, parecendo até que não haveria nada