Ano Hana

Houve um tempo na minha vida, que a vida, não significava absolutamente nada. Tinha 12 anos naquela época, estudava em uma escola sem graça, destruída e cercada por pessoas de outras culturas.
Como era em um país totalmente diferente do Brasil, eu ficava meio perdida em situações do nosso cotidiano. Não fazia muita amizade com meninas, e por isso sofria nas mãos dos meninos.
Até que em um dia de frio, chuva, e relâmpagos... Eu entediada da aula de geografia comecei jogar baralho com os meninos, não me lembro do momento, só me recordo de ter saído aos socos com um deles.
Acabei então descendo as escadarias para a secretaria, foi ali então que avistei sentada num banquinho uma mulher com cachos loiros com os lábios vermelha perfeitamente correto, toda produzida na beleza. E ao seu lado esquerdo, um simples menino de cabelo castanho ao gel e um casaco branco.
Por estar caminhando em direção a eles, envergonhada desviei. Não pelo menino, mas sim pela mulher que supostamente era sua mãe. Era uma segunda feira, dia de angústia, assim essa visão que obtive dos dois passou, como se fosse uma simples bala que se chupa e acaba.
Passando nem dois dias, na quarta feira, houve um concerto num teatro de Hamamatsu, a cidade em que morava. Fomos com a escola, nada emocionante, mas foi lá que conheci meu primeiro paquera do Japão, ele era peruano se chama Bruno Arakaki.
Em todo passeio escolar íamos de ônibus até o local desejado. E neste dia, na volta à escola, notei aquele menino que já havia visto. Fiz um esforço e me recordei que foi na segunda feira que ele foi matriculado na escola junto à sua mãe.
Desde então, a sensação de ver ele, era incrível, ele não era aquele galã. Mas, algo muito forte nele me atraia de uma forma, que persistia dentro de mim, me fazendo aproximar dele.
Conquistar a amizade dele era muito fácil, só às vezes me incomodava dele ser zuado por demais que era presente em sua sala de aula. Pelo seguinte fato: Ele era gordinho, suava muito fazendo