Divisão Sexual do Trabalho, Gênero e Patriarcado
Não é possível abordar gênero sem focar os aspectos relacionados à divisão sexual do trabalho, bem como suas conseqüências. Pesquisadores de gênero têm buscado mostrar que o trabalho não é uma atividade pura e simplesmente masculina, uma vez que as mulheres sempre estiveram trabalhando. Na história, pode-se observar nos mais diversos segmentos a presença feminina. Porém, fica evidente a existência da divisão sexual do trabalho, ou seja, tarefas consideradas masculinas ou femininas, o que acabou por dividir as ações de homens e mulheres na sociedade. Uma questão importante presente nas discussões sobre divisão sexual do trabalho se refere à articulação entre a esfera produtiva e a reprodutiva. Inicialmente, essa articulação foi pensada em termos de um prolongamento das atividades domésticas da mulher no mundo do trabalho, em que educação, indústria têxtil de vestuário e indústria alimentícia eram consideradas redutos femininos no mercado formal de trabalho.
A divisão sexual do trabalho tem importantes implicações para a conformação da desigualdade de gênero nas diferentes esferas sociais. A permanência da oposição entre trabalho doméstico e o trabalho extradoméstico constituiu um fator central nos processos de exclusão econômica das mulheres. A constante segregação das mulheres nas atividades não-remuneradas e desvalorizadas da esfera doméstica corresponde à sua presença desigual na esfera do trabalho extradoméstico e à situação de desvantagem social no seu acesso ao mercado de trabalho.
A palavra gênero não surge do nada, ela é resultado da construção social que se constitui na história. Para falar dessa construção, faz-se necessário retornar à própria constituição do movimento feminista. A questão de gênero toca as noções individuais de masculinidade e feminilidade, o que é ser masculino ou feminino, como educar e ser