Divindade no Budismo
O Budismo geralmente considerado como religião não-teísta. Embora ensine que existem "deuses" (Devas), estes são apenas seres celestiais que habitam temporariamente em mundos celestiais de grande felicidade. Tais seres, porém, não são eternos nessa forma e estão sujeitos à morte e eventual renascimento em reinos inferiores da existência.
No entanto, é preciso fazer a distinção entre os ensinamentos aparentemente não-teístas do Cânone Pali ("agamas") e ensinamentos aparentemente compatíveis com alguma forma de teísmo de alguns Tantras e Sutras Mahayana.
Em essência, a metodologia do budismo é incompatível com uma determinação radical teísta ou não-teísta, sendo o seu ensinamento voltado principalmente para o reconhecimento da natureza da realidade como forma de libertar todos os seres da insatisfatoriedade.
Alguns budistas (particularmente no Ocidente moderno) seguem uma interpretação do Budismo que não admite o sobrenatural nem a divindade, mas essa visão está longe de ser universal. Quase certamente representa um modo diferente de encarar o budismo em relação à maior parte da história dessa religião. Nessas interpretações céticas, outros reinos de existência e deuses são vistos apenas como metáforas úteis para entender aspectos da mente.
A IDÉIA DE DEUS NO BUDISMO PRIMITIVO
O Buda das escrituras Pali trata como “conversa fiada”, como “ridículo, meras palavras, algo vão e vazio” (Digha-Nikaya No. 13, Tevijja Sutta) o fato de que brâmanes (a casta sacerdotal hindu) possam ensinar outros a atingir a união com o que eles próprios jamais viram. Segundo Buda, eles de fato não viram Brahma (um dos principais deuses dohinduísmo) face a face. Contudo, isto não é uma negação da existência de Brahma, mas meramente uma indicação (do Buda) à tolice de professores religiosos que guiariam outros ao que eles mesmos não conhecem pessoalmente.
Embora o próprio Brahma não seja claramente negado por Buda (ver Sutra Brahmajala), ele não é ─ de maneira