diversidade humana
Desenvolvimento
A humanidade sempre teve reações variadas pelas diferenças que percebiam entre si e os vários povos com os quais tinham contato. Guerreiros; viajantes; comerciantes; e lendas relatavam a seus pares, desde a mais remota antiguidade, as exoticidades dos demais. As reações eram e são variadas: desde o medo e a repulsa, até a curiosidade e o apreço. Aspectos culturais e físicos imediatamente perceptíveis da singularidade dos outros, como vestimentas; ornamentos corporais; estatura; cor da pele, cabelos e olhos; e língua, ressaltavam a singularidade mais aparente. Os costumes mais estranhos, porém, sobressaiam aos que tinham a oportunidade de passar um certo tempo maior entre os estrangeiros e outras diferenças mais profundas entre os povos só poderiam ser apreendidas por um olhar mais detalhado: historiadores como Heródoto são tidos, por alguns, como os primeiros antropólogos, por se preocuparem com a organização das sociedades que descrevia, e não somente com os acontecimentos históricos, buscando assim uma razão, uma causalidade para os eventos. As explicações sobre a diversidade humana sempre ressaltaram com mais ênfase os aspectos negativos dos outros, tendo como parâmetro as características positivas, físicas e culturais, dos povos sob cujo ponto de vista se pensava a diferença. Chega-se até a negar a qualidade de humano aos demais povos. Alguns exemplos: entre os povos indígenas brasileiros, a autodesignação, a rigor, enfatiza as qualidades de seres humanos; gente; povo de Deus de cada povo. E para os demais restam termos, no mínimo, desagradáveis, como os agressivos selvagens; os comedores de carne de mamíferos ou de cobra ou outra característica repulsiva. Já nos primeiros séculos da colonização luso-espanhola, o estatuto de seres com alma chegou a ser negado aos habitantes tradicionais das Américas, sendo objeto de discussões acirradas no âmbito da Igreja Católica. A esta atitude a antropologia chama