Ditadura e serviço social: uma análise do serviço social no Brasil pós – 64.
Netto, José Paulo. Ditadura e serviço social: uma análise do serviço social no Brasil pós – 64. José Paulo Netto. 9. Ed. São Paulo. Cortez. 2006
RESUMO
Em seu livro “Ditadura e Serviço Social: uma análise do serviço social no Brasil pós – 64”, José Paulo Netto afirma que a perspectiva modernizadora se sobrepõe a todos os demais aspectos no que tange ao processo de renovação do Serviço Social no Brasil, tendo sido formulada, de forma taxativa, no Seminário de Teorização do Serviço Social, promovido pelo Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais (CBCISS) em Araxá (MG), entre 19 e 26 de março de 1967, tendo sido continuado entre 10 e 17 de janeiro de 1970, em um segundo Seminário, também patrocinado pela CBISS, em Teresópolis (RJ).
Como fruto dos Seminários realizados, houve a produção de dois documentos, o Documento de Araxá e o Documento de Teresópolis, que apesar de abordarem o Serviço Social sobre ângulos distintos, idealizam, segundo literais palavras de José Netto, conceber “(auto) representações profissionais do Serviço Social as tendências sócio – políticas que a ditadura tornou dominantes e que não se punham como objeto de questionamento substantivo pelos protagonistas que concorreram na sua elaboração”.
Assim, os Documentos de Araxá e de Teresópolis representam uma síntese de como conceber o Serviço Social no contexto brasileiro, sendo, portanto, um instrumento profissional de suporte a políticas de desenvolvimento, que compreendem um acervo de mudanças das estruturas socioeconômicas, mediante um aumento gradual de dos níveis de bem estar social.
O Documento de Araxá é pacífico no que tange a apreciação profissional do Serviço Social, tratando-o como uma prática institucional que se caracteriza pela ação junto a indivíduos com desajustamentos familiares e sociais, decorrente de estruturas sociais inadequadas. Diante dessa afirmação, surge uma tensão de fundo em decorrência da proposta