Distúrbios alimentares: doença ou sintoma?
“Diariamente, a mulher gorda morre uma série de pequenas mortes” – Shelley Bovey
Nos últimos anos, o mundo inteiro tem voltado suas atenções para os distúrbios alimentares, que são cada vez mais frequentes na sociedade.
Talvez impulsionado pelos padrões de beleza midiáticos, e também pelo acesso facilitado a todos os tipos de alimentos hipercalóricos, sem falar na vida moderna que prima pelo sedentarismo, principalmente após o advento da internet, houve um aumento considerável nos diagnósticos de anorexia e bulimia, bem como aumento dos índices de obesidade, que já é considerada epidemia mundial.
Muito embora as preocupações com tais distúrbios tenham se elevado, pode-se observar que os tratamentos convencionais não estão surtindo efeito, haja vista que os casos aumentam exponencialmente, e há grande falta na adesão aos tratamentos preestabelecidos. Essa situação pode significar que, apesar do interesse em ajudar tais pessoas, talvez a abordagem utilizada não seja a mais adequada, pois, embora a oferta de opções de tratamento dos sintomas comuns dessas doenças tenha aumentado, os sintomas mais relevantes permanecem sem auxílio, pois que são consideradas as doenças propriamente ditas. Comumente, o tratamento dos distúrbios alimentares tem como foco o alívio e cura de sintomas como inapetência, atividades físicas em excesso, farras alimentares, vômitos provocados, sedentarismo, falta de saciedade alimentar etc., mas não são todos os casos para os quais esses tratamentos convencionais e padronizados surtem efeito e, mesmo para estes, há muitos lapsos e recaídas. Isso talvez ocorra pelo fato de que se tratam estes sintomas, que são os mais evidentes, mas os sintomas mais sutis, mais subjetivos, permanecem ignorados, ainda que visualmente bem identificáveis, ou seja, não é levado em consideração que essas doenças (bulimia, anorexia, obesidade) podem não ser o principal foco de atenção, mas apenas