Dissertação subjetiva

Engarrafamento Coletivo

Não é de hoje que coloco em dúvida a eficácia do transporte coletivo do município de São José, e quando falo em coletivo, é coletivo mesmo, pois quem nunca foi trabalhar de manhã cedo e entrou naquele ônibus lotado? Quando entro em um desses me sinto como uma sardinha enlatada ou que estou fazendo parte de uma experiência cientifica de Tales de Mileto sobre energia através de atrito, haja vista que saio completamente eletrizado em meio a tantos esbarrões, mexe-mexe e empurra-empurra, o pouco que consigo me movimentar dentro destes “enlatados humanos” sempre acabo por esbarrar nos mal educados com suas mochilas de alpinismos em suas costas obstruindo a passagem do corredor, com isso lá se foi o ponto em que eu ia descer. Devido a exemplos como estes como posso trocar o conforto do meu carro para suportar esse engarrafamento coletivo?
O transporte coletivo de Florianópolis não é lá um grande exemplo a ser seguido pelo município de São José, porém a capital está se mobilizando e colocando em circulação novos ônibus articulados, maiores que os antigos “papa-filas da Dona Ângela”, com 160 lugares para sardinhas, digo, passageiros. São José o que fez? Nada. Continua a usar modos arcaicos, o famoso bilhetinho de papel, que dá direito a entrada na velha catraca de metal enferrujado, acentos de fibras de vidro mais duros que aquela cadeira rígida em que eu sentava na quarta série do ensino fundamental lá em mil novecentos e noventa e “lá vai pedrada”.
Eu como cidadão que pago em dia meus impostos, me sinto ofendido passando por tal situação, parece que o dinheiro que o município arrecada é investido em tudo, menos no transporte urbano, quando entramos nesses enlatados, nem parece que estamos no século XXI em que a tecnologia é o marco da evolução. Enquanto isso acontecer, não só eu, mas outros tantos continuarão a sair de suas casas com seus carros, provocando engarrafamentos rodoviários, mas evitando esses engarrafamentos