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Discussão

Pênfigo é um complexo de doenças autoimunes, crônicas da pele, caracterizadas por acantólise e pela presença de vesículas ou bolhas que causam erosões e ulcerações. As formas de manifestação desta doença nos animais são diversas, dividindo-se em: pênfigo vulgar, pênfigo vegetante, pênfigo foliáceo, pênfigo paraneoplásico e pênfigo eritematoso (MACÊDO et. al., 2008, apud GROSS et al.,1992; HARGIS & GINN, 2007).
O antígeno alvo da afecção varia de acordo com o tipo de pênfigo (LARSSON, 2005) sendo que para o caso do pênfigo foliáceo, o principal antígeno envolvido é a desmogleína 1 ou DSG1. A DSG1 pertence ao grupo das caderinas, tem peso molecular de cerca de 160 kDa, e é o antígeno dos anticorpos em caninos e, supostamente, dos felinos (SIMPOSIO BAYER, 2008; BALDA et al., 2005).
Segundo PETTERSON & MCKAY (2010), a patogenia do pênfigo foliácio (PF) tem sido bem documentada em estudos humanos e caninos, mas no caso dos felinos há apenas especulação hipotética de que os processos da doença são similares. Para estes autores, apesar de o PF ser uma doença rara, trata-se da condição imunomediada mais comum entre os gatos. Caracteristicamente não existem fatores conhecidos de predisposição do PF em relação a raças ou a sexo; tão somente a idade de cinco anos como fase de maior incidência da doença.
As lesões apresentadas pelo paciente são compatíveis com as descritas por ANGUS (2005, p.228): nos casos de pênfigo foliácio. Essas lesões são máculas eritematosas que progridem rapidamente para uma fase pustular e, depois, se parecem com uma crosta seca e amarela.
O mecanismo exato da formação das pústulas não é conhecido, mas provavelmente envolve a ligação de anticorpos à DSG1 nos queratócitos, ativação do antígeno-anticorpo, ativação e liberação de enzimas proteolíticas resultando na perda da coesão intercelular. Os queratinócitos que se desconectam das células vizinhas assumem um formato mais arredondado do que o poligonal clássico observado na epiderme