Discurso do método
Para René Descartes o bom senso é o algo mais bem distribuído do mundo: todo mundo acha que o possui e mesmo aqueles que creem que lhe faltam ou que não o possuem o suficiente, não fazem questão de desejar mais bom senso do que já tem. O que é bom senso? Descartes define como o poder de julgar, de saber distinguir o verdadeiro do falso. Porém, o próprio também afirma que portanto não há um bom senso mais correto que o outro, afinal os pensamentos de cada pessoa decorrem diversos caminhos diferentes. O autor afirma que, na verdade, o importante não ser bom, mas sim, saber como aplicar a bondade. Descartes utiliza de uma analogia para explicar tal afirmação: aqueles que caminham lentamente poderão avançar para o caminho correto, já os que se apressam só irão se afastar dele. Ou seja, os que julgam conhecer bem o saber pelo fato de estudarem da filosofia, estão na verdade, mais distantes da verdadeira ciência. Com isso, Descartes afirma que não considera dotado de uma inteligência superior, porém admite ter tido sorte de ter encontrado um método de elevar seu conhecimento por meio da própria filosofia. Portanto, diz objetivo de ter escrito a obra, não para relatar o melhor método que cada um deve se valer, mas sim qual ele escolheu para conduzir a sua vida. Descartes relaciona sua infância como uma época florescente, a qual acreditava que possui liberdade e, portanto, não dava importância as normas. Mesmo assim, se interessava aos ensinamentos didáticos e tinha interesse ávido pela leitura., a qual, segundo ele, é ferramenta que proporciona os melhores ensinamentos de cada matéria escolar. A eloquência e poesia lhe agradavam, porém acreditava que eram mais dons da própria pessoa do que um estudo em si. Na matemática lhe agradava a precisão e clareza que tal ciência proporciona, porém não acredita que com ela não se podia construir muito . O oposto pensava do livros antigos que enalteciam muito os costumes e as