Direção estratégica
Fonte: ISTOÉ Dinheiro Por Bruno GALO, enviado especial a Austin, no Texas Publicado em 21 de outubro de 2011
Dell largou a faculdade de medicina para tocar o negócio próprio – até então uma pequena empresa de computadores, aos 19 anos – na cidade. No plano da tecnologia mundial, seu nome também ressoa. Ícone empresarial nos anos 1990, Dell ganhou fama ao revolucionar o mercado de computadores com seu modelo de venda direta e fabricação sob encomenda. Foi em grande medida por causa dele que o PC se tornou um produto acessível a uma imensa gama de pessoas. Seu maior legado foi ter sido um dos maiores responsáveis por colocar o poder dos computadores ao alcance de milhões de consumidores. Nas primeiras duas décadas que se seguiram à fundação da empresa, não houve rival capaz de fazer frente a Dell. O reinado começou a ruir por volta de 2006, quando o modelo consagrado pela Dell deu sinais de desgaste. No início daquele ano, pela primeira vez em 22 anos, a companhia anunciou resultados abaixo do esperado pelos investidores e suas ações despencaram. A situação se agravou com a perda da liderança no mercado de PCs para a HP e uma investigação da SEC, a CVM americana, sobre práticas contábeis da Dell. Hoje, os holofotes da mídia mundial e dos investidores estão voltados para empresas como Apple, Google, IBM, Amazon e Facebook. Mas é melhor não considerar Michael Dell carta fora do baralho da indústria tecnológica, um setor caracterizado – mais do que qualquer outro – por mudanças constantes. Para recuperar o sucesso dos velhos tempos, o empresário americano está promovendo uma profunda reestruturação na empresa que fundou há 27 anos. O primeiro passo para isso foi entender as necessidades e os principais desafios dos seus clientes. Entre 2008 e 2009, ele conduziu uma imensa pesquisa com mais de nove mil clientes de todos os seus segmentos de atuação nos principais mercados no mundo. Com as respostas em mãos, seus