Diretas já
Poliana Lopes†
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Resumo O Movimento Diretas Já (1983-1984) marcou o final do regime militar que foi instaurado no Brasil em 1964 e apoiava a emenda Dante de Oliveira, que tinha como objetivo a eleição direta para presidente em janeiro de 1985. O Movimento teve grandes proporções, reunindo milhões de pessoas em comícios e passeatas. Por isso, o Movimento obteve grande representação na imprensa, conforme citam Domingos Leonelli e Dante de Oliveira (2004), assim como Thomas Skidmore (1988) e outros autores que abordam esta época da história do Brasil. Esta pesquisa pretendeu compreender e verificar como essa cobertura foi feita, pelo jornal Zero Hora, através da hipótese da agenda-setting, a partir dos estudos de Wolf (2001) e Hohlfeldt (2001). O enfoque da análise está
Monografia de conclusão do curso de Especialização em História, Comunicação e Memória do Brasil Contemporâneo, orientado pela Profa Dra. Paula Regina Puhl, apresentado em maio de 2007 na Universidade Feevale. † Jornalista (Unisinos, 2001), especialista em História, Comunicação e Memória do Brasil Contemporâneo (Universidade Feevale, 2007), mestranda em Processos e Manifestações Culturais (Universidade Feevale)
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Poliana Lopes
em dois períodos específicos: o maior comício de Porto Alegre, em 13 e abril de 1984, e o dia da votação, que foi em 25 de abril de 1984. Para verificar o agendamento foram selecionadas três edições para cada data: da véspera, do dia do evento e do dia seguinte. Verificou-se que, dos dez conceitos apresentados pela hipótese, sete existiam nas edições estudadas: acumulação, onipresença, frame-temporal, time-lag, centralidade, tematização e focalização. Os outros três não foram percebidos, pois consonância e relevância relacionam-se à análise de diferentes veículos e saliência refere-se à valorização que o receptor dá ao tema. Assim, confirma-se a hipótese