direitos humanos

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“O universalismo em contraposição ao relativismo cultural na Declaração
Universal dos Direitos Humanos de 1948”
Lya Amaral Romanelli∗

1. Os direitos humanos sob uma perspectiva histórica
Da mesma forma que os avanços da História são alicerces para o desenvolvimento dos povos, a evolução e compreensão dos direitos humanos também é fruto destes acontecimentos, de experiências que fizeram com que novas regras fossem conquistadas a fim de vigorar a harmonia entre todos. Tal entendimento está associado ao fato de que a relação humana é, para alguns filósofos, conseqüência da necessidade do homem em permanecer em sociedade, para que assim consiga conquistar com os demais algo pretendido por todos, criando uma espécie de "negócios humanos” 1.
Assim, a necessidade intrínseca do homem em buscar melhorar seu meio faz com que ele evolua sua relação dentro da sociedade, protegendo seus próprios interesses, e garantindo avanços significativos quanto aos seus direitos.
A evolução dos direitos do homem trata-se de um processo longo, iniciado por volta do período Axial, e que só se tornou efetivamente expressivo com a Magna Carta, em 1215, promulgada pelo rei João da Inglaterra, ou João Sem-Terra2. Passada a Idade Média – ainda que tenha havido contribuições importantes neste período – determinados conceitos essenciais como liberdade e harmonia social foram recuperados e contextualizados pelo direito, dando ensejo à criação de documentos relevantes, como o Bill of Rights em 1689 - o qual

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Aluna da Graduação em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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Hannah Arendt faz o uso desse entendimento e explica que: “O mito popular de um ' homem forte' que, isolado dos outros, deve sua força ao fato de estar só, é mera superstição baseada na ilusão de que podemos 'fazer' algo na esfera dos negócios humanos”, como crítica aos que defendem a teoria de que o homem, em sua natureza, não depende da sociedade. (ARENDT, Hannah. A condição