Direitos humanos
[2] Em uma passagem muito símile a essa, Marx afirma em A Questão Judaica: “Por conseguinte, o homem não se libertou da religião; obteve, isto sim, liberdade religiosa. Não se libertou da propriedade, obteve a liberdade de propriedade. Não se libertou do egoísmo da indústria, obteve a liberdade industrial” (2005: 40).
[3] A fim de se contrapor à dicotomia leniniana entre democracia burguesa e democracia operária, o líder comunista italiano Enrico Berlinguer afirmaria ser a democracia um valor universal, quando do discurso feito no ano de 1977, em Moscou, durante as comemorações dos sessenta anos da Revolução Russa: “A experiência realizada nos levou à conclusão — assim como aconteceu com outros partidos comunistas da Europa capitalista — de que a democracia é hoje não apenas o terreno no qual o adversário de classe é forçado a retroceder, mas é também o valor historicamente universal sobre o qual se deve fundar uma original sociedade socialista” (MONDAINI, 2009: 116).
[4] Mesmo não tendo se fundamentado na crítica juvenil de Marx, o jornalista italiano Antonio Gambino também acabou sendo levado à crítica dos direitos humanos na contemporaneidade em função da sua instrumentalização pelas potências ocidentais, por intermédio das chamadas “intervenções humanitárias” ocorridas no decorrer da década de 1990, particularmente o “bombardeio humanitário” levado a cabo contra a Sérvia no ano de 1999, durante a crise dos Bálcãs, o que o levou a falar de “imperialismo dos direitos humanos”. De fato, a tese defendida por Gambino é de que política externa e direitos humanos são guiados por critérios opostos e incompatíveis. Nesse sentido, com a desagregação do império soviético, o fim da Guerra Fria e o consequente