Direito

653 palavras 3 páginas
No Leviatã Hobbes (1587-1666) parte do princípio de que os homens são egoístas e que o mundo não satisfaz todas as suas necessidades, defendo por isso que no Estado Natural, sem a existência da sociedade civil, há necessariamente competição entre os homens pela riqueza, segurança e glória. A luta que se segue é a «GUERRA DE TODOS CONTRA TODOS», na célebre formulação de Hobbes, em que por isso não pode haver comércio, indústria ou civilização, e em que a vida do homem é «solitária, pobre, suja, brutal e curta.» A luta ocorre porque cada homem persegue racionalmente os seus próprios interesses, sem que o resultado interesse a alguém.
" Tudo, portanto, que advém de um tempo de Guerra, onde cada homem é Inimigo de outro homem, igualmente advém do tempo em que os homens vivem sem outra segurança além do que sua própria força e sua própria astúcia conseguem provê-los. Em tal condição, não há lugar para a Indústria; porque seu fruto é incerto; e, conseqüentemente, nenhuma Cultura da Terra; nenhuma Navegação, nem uso algum das mercadorias que podem ser importadas através do Mar; nenhuma Construção confortável; nada de Instrumentos para mover e remover coisas que requerem muita força; nenhum Conhecimento da face da Terra; nenhuma estimativa de Tempo; nada de Artes; nada de Letras; nenhuma Sociedade; e o que é o pior de tudo, medo contínuo e perigo de morte violenta; e a vida do homem, solitária, pobre, sórdida, brutal e curta."

Freqüentemente esse trecho da principal obra de Thomas Hobbes, é citado corno se ele se referisse à vida de agora ou à vida em geral. Ainda que o Leviatã seja um tanto deprimente, Hobbes não é sinistro desse jeito. Ele está querendo dizer que a vida sem a sociedade civil. seria "solitária, pobre" etc., não que a vida seja realmente assim.
E verdade que a vida no fim da Renascença não era um piquenique, fosse na Inglaterra ou em qualquer lugar. As pessoas se lembram de Shakespeare e Galileu, mas esquecem que os avanços no conhecimento e na

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