Direito
Hermenéutica Jurídica
“162 “CARELIS” DA POLÍCIA – VOZ DE PRISÃO E ADEUS – OS MORTOS PELA POLÍCIA”
Teorias da Argumentação Jurídica
Fabrício Linhares
Belo Horizonte
2013
Introdução
O presente trabalho tem como objeto de estudo a narrativa “Os 162 “Carelis” da polícia: Voz de prisão e adeus - Os mortos pela polícia”, extraída da obra 50 anos de crimes: Reportagens policiais que marcaram o jornalismo, em que João Antônio Barros, jornalista policial, na primeira metade da década de 1990, escreve sobre diversos desaparecimentos de pessoas ocorridas no Rio de Janeiro, possivelmente assassinadas e cuja a autoria dos crimes é até hoje um mistério. Centenas delas foram vistas pela última vez sendo presas por policiais. Logo, o autor concluiu que há a participação de policiais nestes desaparecimentos.
A questão que se indaga: É possível concluirmos que o desaparecimento destas pessoas está ligado à participação de policiais em grupos de extermínio. É o que se pretende responder.
O Estudo de Caso: O Problema e a hipótese
Durante algum tempo, o jornalista frequentou diversos batalhões da polícia militar e também delegacias da polícia civil, no Rio de Janeiro, a fim de buscar informações de pessoas desaparecidas, entre os anos de 1990 e 1995, e sobre a conclusão das investigações pela polícia. Os resultados indicaram que, das mais de cinco mil que desapareceram, pelo menos 162 pessoas, foram vistas pela última vez sendo presas em flagrante por policiais, militares ou civis. Além disto, constatou-se que as investigações estavam paradas sobre as mesas do delegado de polícia. A pesquisa ainda trouxe o depoimento de pessoas, parentes, amigos e conhecidos, as quais confirmaram terem vistos as vítimas, momentos antes de sumirem, sendo presas por policiais. Algumas investigações apontavam o envolvimento destes, mas nada que comprovasse as alegações.