Direito
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|Artenira da Silva e Silva[1][1] |
A percepção de cidadania implica em refletirmos acerca dos direitos e deveres que cada um de nós possui no convívio social, e conseqüentemente essa reflexão nos mostra que precisamos parar para avaliar que regras sociais estão sendo introjetadas por nossas crianças no decorrer de seu desenvolvimento emocional.
O conceito de educação nos remete a alguns questionamentos: Educar para quê? Para o convívio social, para o desempenho profissional, para a aquisição de uma consciência de viver em coletividade... Quem deve educar nossas crianças? Todo o ambiente que as cerca, mas principalmente aqueles que lhes são, em geral, prioritariamente significativos - a família e a escola.
Nem sempre a família e a escola parecem se dar conta de que têm esse papel, e assim o exercem independentemente de terem percepção disso ou de assumirem livremente essa tarefa. Isso acontece porque a educação das crianças e adolescentes se dá prioritariamente pelas relações interpessoais que se desenrolam nos espaços sociais por eles vivenciados, ou seja, os seres humanos são informados pelos diálogos que travamos com eles, mas acima de tudo são formados a partir dos comportamentos que eles observam e pela forma de nos relacionarmos com eles e com os outros.
Em outras palavras, o que ocorre com a criança nos seus ambientes familiar e escolar pode favorecer ou desfavorecer o seu desenvolvimento psicológico, mas jamais tem efeito neutro sobre o consciente e o inconsciente do cidadão em formação. Cabe aqui lembrarmos uma citação de Sartre de 1987: "Eu sou aquilo que consegui fazer com o que eles fizeram de mim".