Direito
Esse documentário foi rodado no 1º semestre do ano de 2003, dentro do Tribunal de Justiça do estado do Rio de Janeiro, ao vivo e em tempo real. O fato de três juízes de direito e uma defensora pública, terem concordado em trabalhar “normalmente” sob a vigilância da câmera de filmagem. Isso não é usual no ambiente forense ainda hoje. Os magistrados brasileiros não gostam de ser filmados e mantém uma postura de distanciamento, não só do povo, mas também da mídia em geral, os membros do Ministério Público, foram convidados e negaram-se a participar do filme, com honrosa exceção a apenas duas promotoras de justiça que aceitaram ser filmadas em audiência, mas permaneceram caladas. É inaceitável que nos dias atuais os membros do Ministério Público se mantenham à distancia do povo e exerçam suas funções burocraticamente. O filme retrata a nossa pobreza em todos os sentidos, de espírito republicano inclusive. Infelizmente, não são só juízes e promotores que mal olham para os réus e seus familiares, pois há também muitos médicos que mal olham seus pacientes durante consultas.
O filme “Justiça” bastante importante para todos alunos das Faculdades de Direito pelo Brasil afora. Acredito, seriamente, que para determinados crimes contra os patrimônios praticados isoladamente e sem uso de violência física pelo autor, não deveríamos aplicar mais a pena de prisão. Talvez fosse o caso de tratá-los com os ditames da nova Justiça Restaurativa, e aplicadas com rigor as penas alternativas. Mas, para que isso aconteça precisaremos de uma transformação cultural intensa, pois, diante do medo e da violência urbana ultrajante, ao lermos jornais e assistirmos TV diariamente, o que mais ouvimos são as pessoas pedindo prisão e penas mais longas e duras para qualquer criminoso, tenha ele praticado o crime sozinho ou em quadrilha, com o uso de violência ou não. Isso quando não pedem prisão perpétua e pena de morte para todos. Esse comportamento coletivo não é nada