direito
O primeiro presidente do MDB foi um general, o senador pelo Acre, Oscar Passos. Como a Arena era o braço auxiliar de um regime que prometia longos anos no poder, alterando as regras do jogo a nível nacional e local, não foi fácil para o MDB conseguir a adesão, mesmo que momentânea, de 120 deputados e 20 senadores necessários para registrar a legenda. Era comentário de bastidores na época que o próprio presidente Castelo Branco havia convencido alguns senadores a se integrarem ao MDB para possibilitar o seu registro. O novo sistema precisava de um partido de oposição para não caracterizar a ditadura de partido único. As representações do MDB nas assembleias legislativas dos estados sofriam pressões do poder central disseminado nas administrações estaduais. Com uma economia centralizada no Estado e regras eleitorais mutantes, a Arena dominava a cena política. A partir de dezembro de 1968, mês e ano do AI 5, que teve como pretexto o discurso do medebista Márcio Moreira Alves, o partido passa a ser mais combativo. Mas a agitação estudantil e a luta armada, empurram boa parte do eleitorado oposicionista para o voto nulo, como forma de protesto contra o regime, contra o próprio AI-5, que fez vítimas no MDB. Com as eleições transformadas em indiretas após 1966, o MDB só conseguiria eleger seu primeiro governador em 1970: Chagas Freitas, no Rio de Janeiro. Chagas acabou no MDB mais por falta de espaço na Arena, tomada pelos lacerdistas (que sonhavam fazer do seu líder ministro da Educação), do que por vocação oposicionista. A idéia da convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte, que só vingaria no distante ano de 1985, nasceu em 1971 num seminário do partido em Recife. Brotou ali também a idéia de uma anticandidatura para dar projeção ao partido. Ela vingou, mas desuniu e deixou descontentes.
A CANDIDATURA DO GENERAL O jogo virava lenta e persistentemente. De 1970 a 1974, o MDB havia dobrado sua representação na Câmara: de 87 para