Direito
A história de Samuel Klein se confunde com a trajetória comercial do inegável sucesso da Casas Bahia. Esse polones-judeu desde tenra idade enfrentou os preconceitos contra sua religião, na aldeia onde nascera e vivia com sua família, fazia parte de uma minoria de trinta por cento apenas de judeus contra o restante de setenta por cento de católicos. A profissão do pai carpinteiro fazia o pequeno acordar muito cedo para ajudar a família no tão sacrificado e obrigatório vai e vem na labuta diária. Na escola, Samuel apanhava invariavelmente dos demais meninos, sendo ele o [único judeu da sala de aula. Com tantas surras resolveu abandonar a escola e se dedicou a ajudar integralmente ao pai, sendo certo que serviço não faltava, pois qualquer pessoa naquelas cidades vizinhas só procurava a família Klein para os trabalhos de marcenaria. Foi naquela época, entre os sete e dez anos de idade, que o pequeno demonstrou que, mesmo sem conhecer nada sobre o assunto, tinha inclinação acentuada para o marketing, pois nos intervalos do serviço, entrava na mata para colher amoras e as vendia de porta em porta por preço bem competitivo, para se sobressair aos demais vendedores que igualmente a ele entravam na mata, separava somente as melhores amoras e destacava esse diferencial para a freguesia que aprovava e tornava a comprar novas remessas de amoras frescas. Aos onze anos desenvolveu a capacidade de ser um ótimo comprador, recebeu do pai a missão de comprar bezerros para a família e com o dinheiro que daria para a compra de um, comprou dois, assim vendeu o outro e lucrou um bom dinheiro para surpresa da família. Em primeiro de novembro de 1939, durante a segunda grande guerra mundial, a Alemanha invadiu a polônia e a situação dos judeus tornou-se mais complicada do que já era. Samuel contava então com dezesseis anos, foi quando viu sua família destruída, com a prisão dos irmãos e da mãe, fugiu com o pai, capturado foi levado preso, ele e o pai, para o