Direito
Retrata a infância escandalizada e perdida. O que se visualiza na tela é o que está sendo projetado diariamente, porém, evidente e invisível. No filme, crianças são negociadas pelos pais com agenciadores que as vendem para prostíbulos, cuja finalidade é a realização de leilões de meninas virgens. Posteriormente, as meninas são passadas para exploradores de comércio nos garimpos que as mantêm em cárcere privado em estado deplorável para fins de exploração sexual, cujo castigo para as tentativas de fuga é a morte.
O filme narra a trajetória de Maria (Fernanda Carvalho) que, ao conseguir fugir do garimpo, pega caronas em caminhões e chega ao Rio de Janeiro. Contudo, sozinha e sem muitas chances de sobrevivência, ela se encontra novamente na situação de prostituída. Anjos do sol’ é um filme pretensioso, esquemático, falso e por vezes sensacionalista. Este post é uma espécie de desabafo. Fiquei imensamente surpreso com a ótima recepção de “Anjos do sol” por parte da crítica (“O Globo”, o “Jornal do Brasil”, a “Folha de São Paulo”, e o “Estadão”). O espanto só fez aumentar após Gramado, onde o filme levou uma série de prêmios (incluindo melhor filme e roteiro) pra casa.
A crítica carioca e paulista tem defendido a validade de “Anjos do sol” com base na coragem do estreante Rudi Langermann de tratar um tema como a prostituição infantil. E me parece, ao ler as resenhas, que, para os críticos, falar mal do filme seria estar de alguma forma contra as denúncias que ele pretende fazer. Um completo absurdo (Talvez também tenha havido uma certa condescendência em relação a Langermann, um sujeito experiente e muito querido no meio). O fato de o filme se propor a denunciar a prostituição