Dinastias midiáticas No momento do golpe de 1964, o mais significativo da história brasileira, eles ficaram do lado da ditadura e contra a democracia. Seu comportamento hoje – e a decadência irreversível em que estão – é, apenas resultado da opção que fizeram naquele momento. Aquela opção os colocou do lado das elites, contra o povo, sem condições, portanto ,de se identificar com o mais importante processo de democratização econômica e social que o Brasil vive há uma década. No Brasil, a exemplo do que ocorre na economia e no social, o cenário é desigual também no campo das comunicações. De um lado, os veículos tradicionais da imprensa, comandados por uma meia dúzia de famílias, se armam de todos os meios possíveis para manter o controle exclusivo e absoluto da informação pública, as pouco conhecidas como dinastias midiáticas que tentam, ainda, tolerar opiniões divergentes. Não há liberdade plena de informação. De outro, cidadãos comuns que só recentemente, com a popularização das novas mídias, blogs, microblogs, redes sociais e uma série de pessoas que atuam na internet permitindo a distribuição e organização da informação de forma mais ágil e democrática. Isso, de alguma maneira, diminuiu o monopólio das grandes empresas de comunicação como mediadores da informação pública. O poder dos grandes veículos não foi sepultado, mas foi diluído. E eles não querem perder esse poder. Por isso, desqualificam esse pólo alternativo de comunicação. As dinastias midiáticas podem continuar a ter filhos, netos e bisnetos, mas é possível que já não dirijam jornais. Esta pode ser a última geração de jornalistas dinásticos que, talvez exatamente por isso, revelam diariamente o desespero da sua impotência, assumindo o mesmo papel que ocuparam nos anos prévios a 1964, indo contra a sua auto-regulação. A indústria cultural, então, apresenta-se como um instrumento de grande poder, onde através da sua influência na formação de identidade, acaba por alterar e enfraquecer a