DIN MICA DA TRANSFER NCIA
Cada sujeito, dentro do seu processo de desenvolvimento psíquico, através da ação combinada de suas características inatas e das influências sofridas durante os primeiros anos de sua infância, constrói para si uma forma própria de amar, ou seja, como escolhe, o que escolhe, como se relaciona com seus objetos de amor, de que forma alcança satisfação. Essa forma de amar torna-se então um padrão, constantemente repetido no decorrer da vida da pessoa, na medida em que a realidade e seus objetos amorosos permitem.
Somente uma parte desses impulsos que determinam o curso da vida erótica passou por todo processo de desenvolvimento psíquico que o contato com a realidade exige. Essa parte, dirigida para a própria realidade, está à disposição da personalidade consciente, fazendo parte dela. Outra parte desses impulsos, libidinais, de alguma forma foi impedida de acompanhar esse desenvolvimento, permanecendo assim inconsciente.
Como a necessidade que todos temos de amar e ser amados nunca é totalmente satisfeita pela realidade, na tentativa de conter essa frustração, o sujeito tende a se aproximar de novas pessoas fazendo uso dos protótipos de relação que desenvolveu, particularmente na primeira infância (ambiente familiar), onde teoricamente tinha todas suas necessidades atendidas. Ou seja, se aproxima de novas pessoas com idéias e expectativas antecipadas. Isso é transferência. É o processo pelo qual desejos e fantasias inconscientes, oriundas das primeiras relações infantis, se atualizam sobre determinados objetos. É a repetição de protótipos infantis, vividos como que atuais.
Dessa forma, é perfeitamente normal que o paciente, numa análise, também se relacione com o analista se valendo dessas expectativas antecipadas.
A transferência é fundamental dentro do processo analítico. É dentro desse campo transferencial que se dá toda a problemática do tratamento psicanalítico, sua instalação, suas modalidades, sua interpretação e sua resolução. Ao