Dimensão Topoceptiva, Elaine Kohlsdorf
Observa as características configurativas dos espaços incidentes na noção de localização dos indivíduos, em termos de orientação e identificação. Examina-se o desempenho topoceptivo dos lugares em diversos níveis de apreensão do espaço: níveis de conhecimento sensível e abrangência universal (percepção e imagem mental) e nível de conhecimento profissional e abrangência restrita (representação projetual).
A) NÍVEL DA PERCEPÇÃO DO ESPAÇO
Refere-se ao atendimento de expectativas topoceptivas por meio da percepção humana, nível caracterizado por presença física do observador no espaço considerado. A percepção integra a totalidade dos sentidos e da inteligência, mas a visão é a principal envolvida na percepção espacial humana (em caso de sua deficiência, atua o sistema tátil-cinético). A globalidade qualifica as informações visualmente captadas e sua decodificação, pois se percebem conjuntos com significados, e jamais aglomerados de elementos isolados. As propriedades do sistema visual e cognitivo humano caracterizam a percepção dos lugares por movimento, seleção e transformação de informações morfológicas sensivelmente captáveis; logo, a percepção depende do modo de locomoção do observador (velocidade e veículo). Define-se como técnica de análise neste nível o registro seqüencial, com categorias analíticas correspondentes aos eventos daquele.
O desempeno topoceptivo da área considerada na percepção depende de adequação do nível informativo dos eventos seqüenciais para a orientação espacial e a identificação do lugar onde se está. Para boa orientação, os níveis de informação visual, observáveis por meio dos diversos eventos seqüenciais, devem ter equilíbrio, e jamais escassez ou excesso informativo. Para boa identificação, os referidos níveis devem ter clareza: serem francamente altos, equilibrados ou baixos. Porém, o desempenho topoceptivo global de cada seqüência é dado pela integração dos desempenhos