Dificuldades de Aprendizagem na Abordagem Comportamental
A Psicoterapia Comportamental pode ser entendida como aquela intervenção para a modificação e ampliação de comportamentos, baseada na aprendizagem, na preocupação com o método e na especificação das relações funcionais. Sua utilidade é associada ao tratamento de indivíduos de diferentes faixas etárias. Entretanto, na literatura que aborda a aplicação da terapia comportamental no processo de avaliação e intervenção com crianças, algumas especificidades são apontadas. Silvares (2004), ao mencionar a análise funcional no contexto da psicoterapia infantil, enfatiza que a forma de conduzir essa análise muda de acordo com a idade do cliente, mas os objetivos de buscar as relações funcionais não sofrem modificações. Regra (2000) e Conte e Regra (2004) esclarecem que, tanto na avaliação quanto na intervenção psicoterápica, o envolvimento de outras pessoas, em casa e na escola, além da própria criança, é fundamental para o sucesso de uma análise funcional do comportamento infantil. O manejo de contingências, a partir da interação de, no mínimo, três pessoas, pode ser chamado de modelo triádico (Silvares, 1995). Assim, além do envolvimento do terapeuta e do cliente, conforme o modelo diático, geralmente aplicado na terapia comportamental com adultos, na terapia comportamental com crianças, um mediador também é envolvido. Ete pode ser representado pelos pais, pela professora, entre outros. A efetividade da intervenção será maior, quanto maior for a modificação das variáveis independentes mantenedoras do comportamento de interesse da criança em análise. O comportamento da criança continua sendo o alvo primário, mas para as modificações comportamentais serem generalizadas e duradouras, o treino de pais e/ou professores torna-se essencial. Desta forma, a análise funcional do comportamento infantil requer o entendimento das relações funcionais entre o comportamento-queixa e as consequências comportamentais dos