Dificuldades de apendizagem
O DIREITO DE SER, SENDO DIFERENTE, NA ESCOLA - por uma escola das diferenças Maria Teresa Eglér Mantoan1
A educação escolar no Brasil tem ainda um caráter eminentemente excludente, segregativo e conservador. A proposta de se incluir todos os alunos em uma única modalidade educacional, o ensino regular, tem se chocado com o conservadorismo de nossas escolas e com uma cultura assistencialista/terapêutica da Educação Especial. Pautadas para atender a um aluno idealizado e ensinando a partir de um projeto escolar elitista, meritocrático e homogeneizador, as escolas produzem quadros de exclusão que têm, injustamente, prejudicado a trajetória educacional de muitos estudantes. A situação perpetua desmandos e transgressões ao direito à educação e à não discriminação que algumas escolas e redes de ensino praticam, por falta de um controle efetivo dos pais, das autoridades de ensino e da justiça em geral. Há que se acrescentar também, o sentido dúbio da educação especializada, acentuado pela imprecisão dos textos legais que fundamentam nossos planos e propostas educacionais Ainda hoje, é difícil distinguir a Educação Especial, tradicionalmente conhecida e praticada, da concepção consentânea e vigente dessa modalidade de ensino: o atendimento educacional especializado. Por tudo isso, não evoluem as iniciativas que visam à adoção de posições/medidas inovadoras para a escolarização de alunos com e sem deficiência, nas escolas comuns de ensino regular e nas que oferecem serviços educacionais especializados. Problemas conceituais, desrespeito a preceitos constitucionais,
interpretações tendenciosas de nossa legislação educacional e preconceitos distorcem o sentido da inclusão escolar, reduzindo-a unicamente à inserção de alunos com deficiência no ensino regular e desconsideram os benefícios que essa inovação educacional propicia à educação dos alunos em geral, ao
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Doutora em Educação; Professora dos cursos de graduação e de