Dificuldade de aprendizagem
Caminhando pela cidade assim que me mudei, tive a oportunidade de ver uma frase de Platão na parede de uma escola: “Eduque as crianças de hoje para não punir os homens de amanhã.” Acreditava que ao entrar na universidade meus horizontes seriam mais expandidos, e poderia de uma maneira mais eficaz contribuir, mesmo que de uma forma pequena, a melhora do quadro da educação, é claro, começando pela escola que trabalho. “Pensar globalmente é agir localmente” vi um professor de filosofia da UFBA falar, a mudança começa na própria casa. Com esse intuito, comecei o meu semestre na UNEB, ávida de conhecimentos para poder articular a minha realidade de uma forma mais objetiva. Foi quando de repente, em uma aula de sociologia geral, o meu professor apresentou uma informação que até então se imaginava de índice menor: de cada 1000 estudantes de escola pública que ingressam no ensino fundamental, apenas 57 concluem o ensino médio. Três entram em uma faculdade, apenas um consegue se formar. Dados segundo o professor, retirado do último senso até o ano de 2000. Essa informação me assustou, porque tantos se perderam no caminho? Evasão? Fracasso escolar? Repetência? Uma lista de possíveis motivos me passou pela cabeça, de cada mil apenas um terminar os seus estudos, deu vasão ao pensamento: Como serão esses homens de amanhã? Adultos frustrados sem esperança e opção de um futuro melhor? Todos têm direito a educação de qualidade, afirma a nossa Carta Magna, e o que foi que aconteceu? A inquietação permaneceu, mas a oportunidade de saná-la apareceu ao ler um projeto de pesquisa da minha professora de psicologia geral no 3º semestre. Ela tinha feito um levantamento com os educadores da rede pública da cidade sobre as dificuldades que os seus alunados possuíam, informações essas que iam desde o ensino fundamental até o médio. Com esses dados em mãos (anexo I), era visível e notório que as dificuldades que os educandos possuíam foram se acumulando com