Diferenças evolutivas entre os sexos
Ao se observar as características que diferem macho e fêmea em determinadas espécies pertencentes a classes diferentes entre si, percebe-se que os critérios utilizados para tal diferenciação não serão comuns.
Segundo Richard Dawkins (1976, p.93), na classe dos mamíferos, o sexo é determinado de acordo com o par de cromossomos sexuais que se forma quando os gametas se cruzam e ocorre a fecundação. Todos os óvulos são capazes de se desenvolverem quer num macho, quer numa fêmea. Depois da maturação do espermatozoide, uma metade deles carrega em seu genoma um cromossomo X e a outra, o Y. “Os dois tipos de espermatozoides são semelhantes. Diferem apenas com relação a um cromossomo” (DAWKINS, 1976, p.93). A combinação dos gametas durante a fecundação – XX (fêmea); XY (macho) - é que vai determinar o sexo nos mamíferos. Essas combinações vão manifestar dimorfismos sexuais evidentes.
Esses critérios observados ao julgar o sexo de um indivíduo servem para os mamíferos, mas para os animais e plantas em geral não são mais seguros do que seria a tendência a usar calças como critério para determinar o sexo humano. Há, no entanto, uma característica fundamental dos sexos que pode ser utilizada para rotular os machos de machos e as fêmeas de fêmeas em todos os animais e plantas. Esta característica é que as células sexuais ou "gametas" dos machos são muito menores e mais numerosos do que os gametas das fêmeas. Isto ocorre quer estejamos lidando com animais, quer com plantas. Um grupo de indivíduos possui células sexuais grandes; é conveniente usar a palavra fêmea para eles. O outro grupo, que é conveniente chamar de macho, possui células sexuais pequenas. [...] Mesmo nos seres humanos, onde o óvulo é microscópico, ainda assim é muitas vezes maior do que o espermatozoide. (DAWKINS, 1976, p. 91). A partir dessa diferença primordial, é possível interpretar outras tantas distinções que se manifestam com alta frequência na natureza.