Diferentes Perspectivas Antropológicas
A capacidade de autocompreensão do homem sempre manteve as indagações acerca de sua própria existência em pauta, mostrando-se extremamente capaz na resolução de problemas naturais e tecnológicos, e incapaz na resolução de problemas sociais, econômicos, políticos, isto é, aqueles criados por ele mesmo. Para tanto, a antropologia propõe a busca pela essência do homem, e como toda ciência humana depara-se com o obstáculo de possuir o homem no papel de objeto e sujeito, isto é, o homem estudando a si próprio. Sendo assim, a compreensão da unidade do ser homem só passa a ser possível através do seu estudo sob diferentes enfoques, utilizando-se para tanto, diferentes métodos. A antropologia física, por exemplo, estuda o organismo humano e sua evolução no tempo, considerando fatores políticos, socioeconômicos e religiosos, a antropologia cultural estuda a cultura de determinado grupo, adotando uma postura descritiva, comparativa e interpretativa, enquanto que a antropologia teológica busca entender o homem à luz da fé.
Essa tendência de visão de mundo antropocêntrica, fortalecida a partir de Descartes, atenta para o perigo do radicalismo de concepções de homem. O que se propõe não é a visão de homem fragmentada, como infere a corrente determinista, explicando o ser-humano com vitima pura do destino, ilustrado pelo culto a deusa Moira na Grécia Antiga, nem tão pouco a visão da pessoa humana através dos ter, do poder e do prazer como propõe os economicistas, ou a subjugação do individuo à arbitrariedade do Estado, conforme enfoque estadista.
Tal Unidade desfeita da concepção de homem cria um relativismo e indiferença calcadas na impressão de inexistência de uma ideia unitária sobre o homem, estabelecendo-se uma humanidade global que tudo integra. A construção de um consenso quanto a essência humana é alcançada através de um exercício de autorreflexão, construindo uma autoimagem conforme a comparação do homem com