O caráter empírico mostra que o senso comum é um saber que deriva diretamente da experiência quotidiana, é uma elaboração racional dos dados recolhidos através dessa experiência. O caráter acrítico não necessita de uma elaboração racional, o senso comum não procede a uma crítica dos seus elementos, é um conhecimento passivo, em que o indivíduo não se interroga sobre os dados da experiência, nem se preocupa com a possibilidade de existirem erros no seu conhecimento da realidade. No caráter assistemático o senso comum não é estruturado racionalmente, tanto ao nível da sua aquisição, como ao nível da sua construção, não existe um plano ou um projeto racional que lhe dê coerência. No caráter ametódico o senso comum não tem método, ou seja, é um saber que não segue nenhum conjunto de regras formais. Os indivíduos adquirem-no sem esforço e sem estudo. O caráter aparente ou ilusório não apresenta a preocupação de procurar erros, o senso comum é um conhecimento que se contenta com as aparências, formando por isso, uma representação ilusória, deturpada e falsa, da realidade.No caráter coletivo o senso comum é um saber partilhado pelos membros de uma comunidade, permitindo que os indivíduos possam cooperar nas tarefas essenciais à vida social. No caráter subjetivo o senso comum é subjetivo, porque posiciona-se no ponto de vista pessoal do sujeito sem preocupações de tornar imparcial esse ponto de vista: cada indivíduo vê o mundo à sua maneira, formando as suas opiniões, sem a preocupação de as testar ou de as fundamentar num exame isento e crítico da realidade. O caráter superficial mostra que o senso comum não aprofunda o seu conhecimento da realidade, fica-se pela superfície, não procurando descobrir as causas dos acontecimentos, ou seja, a sua razão de ser que, por sua vez, permitiria explicá-los racionalmente. No caráter particular o senso comum não é um saber universal, uma vez que se fica pela aquisição de informações muito incompletas sobre a realidade ( por isso