DIARIOS SEM PAPEL
Diários sem papel: O presente e o futuro do jornalismo impresso sob o impacto das novas tecnologias
M E L E C H , E dgard (Mestre)
Unicentro/Paraná
Os sinos não dobram quando fecha um jornal, mas dobram pelo jornalismo. Nenhum jornal é uma ilha – menos um jornal, menor a imprensa. M enos um diário, menor o continente, o mundo, a humanidade.
A lberto Dines (2010) 1
Resumo:
Este artigo se propõe a analisar o momento histórico por qual passam jornais impressos, que depois de terem alcançado a maioridade no século passado, vêem-se agora, confrontados por novas e interativas tecnologias de informação, produção, transmissão e consumo de notícias. Com elas surge um novo fazer jornalístico, colocando em xeque as razões industriais, modelos e sistemas que até aqui fizeram dos veículos de comunicação os media responsáveis pela captura, filtragem e distribuição de conteúdos simbólicos. A discussão proposta leva em conta o recente fechamento, em setembro de 2010, do mais tradicional jornal impresso brasileiro, o Jornal do Brasil, que foi o primeiro a disponibilizar sua versão na Internet. Mas a referência principal para este trabalho é outro caso, ocorrido no início de 2011, que foi o fechamento de um dos jornais diários mais tradicionais e importantes da região sul do país: O
Estado do Paraná, apenas a alguns meses de completar seus 60 anos de existência. Ambos os fatos marcam a história recente da imprensa brasileira, e caracterizaram aquilo que os empresários chamaram de “migração” do meio impresso para o meio digital – ainda que aparentemente tenham acontecido de forma radical e sem o planejamento necessário.
V ida e morte de um diário
Lágrimas e expectativas quanto ao futuro foram a principal preocupação dos profissionais do diário O Estado do Paraná na madrugada do dia 6 de fevereiro de
2011, quando esse veículo de comunicação paranaense foi impresso pela última vez. A melancólica despedida desse quase sessentão,