diario de leitura
A menina dos olhos do Rio
Líder da rede estadual no Enem, o Nave destaca-se pelo foco na tecnologia e no mercado de trabalho
Por Cristina Tardáguila
São 9h45 da manhã na Tijuca, bairro da zona norte do Rio de Janeiro, e a carioca Ana Paula Bessa, diretora do Colégio Estadual José Leite Lopes (Nave), está a mil por hora. Trabalhando desde as 6h30, àquela altura do dia já tinha aberto a escola, recebido os alunos no portão, tomado uma série de decisões administrativas e burocráticas e concedido pelo menos duas entrevistas para emissoras de tevê a respeito da unidade. O sinal toca alto, anunciando o fim do recreio, e Ana Paula cruza como um raio o pátio de convivência do colégio. No espaço coberto e bem iluminado, repleto de mesas, computadores, televisores e videogames, 416 adolescentes desfrutam de internet livre e gratuita. “Vamos para a aula, Matheus? Vamos lá, Luana! Vamos, Maria Júlia!”, repete a diretora, incitando alguns de “seus meninos” a voltar às salas de aula ou aos laboratórios da unidade. “Mas, Ana, espera aí. Estamos baixando um arquivo para o trabalho final do Marcos Tavares (professor de projeto e produção). É uma web série sobre futebol. Já vamos! Já vamos!”, responde a adolescente Maria Júlia Torres, que tem 15 anos e está a ponto de concluir o 2º ano do Ensino Médio. Ana Paula lhes dá mais dois minutos. Desde que foi aberto ao público, em 2008, o Colégio Estadual José Leite Lopes é tratado como a menina dos olhos da Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro. Fruto de uma parceria público-privada selada entre o governo do estado e o Instituto Oi Futuro, a unidade apareceu, em 2011 e 2012, no primeiro lugar do ranking das escolas estaduais mais bem colocadas no Enem. Sua média no exame foi de 573 pontos, 22 acima da média de todas as escolas fluminenses e 44 acima das paulistas. Mas o orgulho do secretário Wilson Risolia não para por aí. Em março do ano passado, o colégio foi eleito pela Microsoft