Dialético da liberdade
A DIALÉTICA DA LIBERDADE:
UMA LEITURA DE OS SUBTERRÂNEOS
DA LIBERDADE, DE JORGE AMADO
Izabel Cristina Souza Gimenez1
RESUMO: O objetivo deste trabalho é fazer uma análise das manifestações discursivas do romance
Os subterrâneos da liberdade, de Jorge Amado, obra considerada, por parte da crítica, como panfletária.
A intenção é mostrar que esta classificação não cabe por inteiro ao romance, visto que há, nele, uma dialética discursiva da liberdade, do patriotismo e da família, porém, este estudo enfocará apenas a questão da dialética da liberdade.
PALAVRAS-CHAVE: Dialética da liberdade, Os subterrâneos da liberdade, Jorge Amado.
ABSTRACT: The objective of this composition is to analise the discursive demonstration of the romance. The freedom´s underground, from Jorge Amado, work considered, from the critics view, as pamphletic. The intention is to show that this classification does not entire fit in the romance, noticing, in it, a discursive dialetic of freedom, patriotism and family, however, this study will focus only the dialetic of freedom.
KEY WORDS: Dialetic of freedom, the freedom´s underground, Jorge Amado.
INTRODUÇÃO
Jorge Amado escreveu Os subterrâneos da liberdade quando ainda era militante do Partido Comunista do Brasil, num seu exílio voluntário na então Tchecoslováquia, em 1952, e publicou-o em 1954. Os subterrâneos da liberdade é o título geral da trilogia, que compreende os volumes: Os ásperos tempos, Agonia da noite e A luz no túnel.
Na verdade, segundo Salema (1982, p. 93), a obra é o resultado de um inacabado projeto de Jorge Amado para construir, pela via romanesca, um vasto painel da vida brasileira nos anos do Estado Novo, baseando-se na experiência da sua própria militância comunista na luta antifascista.
Constituíam o projeto três romances, à base do roman-fleuve, sob o título geral de O muro de pedras. O primeiro volume, Os subterrâneos da