diagnsoticos
I – INTRODUÇÃO. O Terceiro Setor é um campo e um conceito recentes, que vêm sendo objeto de inúmeras discussões. Como estamos no início do processo de conhecimento das características, dos elementos e da própria essência e lógica do Terceiro Setor, não existe unanimidade no tocante a seu conceito e abrangência, e isto inclusive porque os conceitos variam conforme a ênfase dada a um dos elementos ou características do Terceiro Setor, tais como: diferenciação dos “outros setores”, abrangência, finalidade ou natureza jurídica das organizações que o compõem. Talvez a dificuldade em conceituar o Terceiro Setor deva-se à heterogeneidade das organizações que o compõem e, conseqüentemente, às divergências e contradições que o envolvem. Maria da Glória Marcondes Gohn (3) retrata de forma perspicaz essa situação ao elaborar a seguinte caracterização do Terceiro Setor: “o terceiro setor é um tipo de ‘Frankenstein’: grande, heterogêneo, construído de pedaços, desajeitado, com múltiplas facetas. É contraditório, pois inclui tanto entidades progressistas como conservadoras. Abrange programas e projetos sociais que objetivam tanto a emancipação dos setores populares e a construção de uma sociedade mais justa, igualitária, com justiça social, como programas meramente assistenciais, compensatórios, estruturados segundo ações estratégico-racionais, pautadas pela lógica de mercado. Um ponto em comum: todos falam em nome da cidadania.(...) O novo associativismo do terceiro setor tem estabelecido relações contraditórias com o ‘antigo’ associativismo advindo dos movimentos sociais populares (na maioria urbanos) dos anos 70 e 80. (2000, p. 60, 74).” Nesse contexto, pretende-se, num primeiro momento, trazer ao leitor informações que o leve a uma reflexão sobre o tema, ou melhor, que o leve a chegar as suas própria conclusões.