DEUS NO PENSAMENTO DE KANT

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DEUS NO PENSAMENTO DE KANT
“É absolutamente necessário que cada um se convença que Deus existe; que sua existência deve ser demonstrada não é tão necessário”. Kant

É na Crítica da Razão Prática (CRPr) que Kant desenvolve de forma mais significativa a sua concepção de Deus. Isso significa dizer que a ideia de Deus no pensamento Kantiano está necessariamente ligada a Moral: “A Moral conduz, inevitavelmente, à religião” (KANT, Immanuel. A religião nos limites simples da razão. 1793). Associado, portanto, à lei moral, Kant desenvolve três postulados principais, sem os quais se tornaria difícil a compreensão do dever moral.
O postulado, antes de tudo, não é um dogma teórico – como afirma o próprio autor – é um pressuposto, de um ponto de vista necessariamente prático. Portanto, não amplificam o conhecimento especulativo mas dão às ideias da razão especulativa em geral uma realidade objetiva, e autorizam conceitos dos quais, se assim não fosse, não poderia presumir nem mesmo a afirmação de sua possibilidade”. (KANT, Immanuel. Crítica da Razão Prática.) Sua força está no fato que temos de admiti-los para poder explicar a lei moral e seu exercício. E como a lei moral é um fato inegável, então a realidade dos postulados também é um fato inegável.
Os três postulado que Kant afirma na CRPr são os da liberdade considerada positivamente (como causalidade de um ser enquanto pertinente ao mundo inteligível), da existência de Deus e da imortalidade da alma.
A liberdade diz respeito a um pressuposto necessário da independência do mundo sensível, e da capacidade de determinar a própria vontade segundo a lei de um mundo inteligível. A existência de Deus, assim, torna-se necessária para que dê condição para mundo inteligível e para que possa ser o sumo bem, graças ao pressuposto do sumo bem independente, isto é, da existência de Deus. A imortalidade da alma, portanto, deriva da condição praticamente necessária de uma duração suficiente para tornar perfeita a execução da lei moral.

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