Deus No Meio Do Carnaval Do Povo
DISCIPLINA: TEOLOGIA
MEDIADOR DO CONHECIMENTO: JORGE ROCHA
ACADÊMICO (A): _________________________________
Deus no meio do carnaval do povo - Marcelo Barros
Escrevi um artigo com este título. Provocou tal celeuma que uma revista italiana o transcreveu e sobre esse assunto fui entrevistado em programa da Rede Vida. Um católico de Natal (RN) escreveu até que eu difamava Deus e outro sugeriu que eu tinha inventado um deus à minha imagem e semelhança. Na televisão, o entrevistador me perguntou, brincando, se o nosso mosteiro tinha fundado alguma escola de samba.
Esclareço que, embora pernambucano, nunca brinquei carnaval. Nem vejo desfile de escola de samba na televisão. Compreendo, no entanto, o espanto dos que se escandalizam com o título do artigo. Ainda existe nas Igrejas uma grande rejeição ao carnaval. Religiosos tradicionais organizam retiros, acampamentos e tempos de adoração. Grupos espiritualistas mais modernos fazem carnavais alternativos. No início de janeiro, em Santarém, jovens carismáticos anunciavam grande “Cristoval”.
Diante dessa realidade, pergunto-me sobre a opinião de Jesus a respeito disso. Ele nasceu pobre e assumiu a condição humana. Durante o tempo de sua vida mortal, andou com os pecadores e gente de má vida. Frequentou a casa dos publicanos e foi chamado de comilão e bebedor de vinhos.
Compreendo quem aproveita os dias de carnaval para descansar ou dedicar-se à oração. Só não devemos julgar quem prefere brincar. Quando eu era jovem monge, pediram-me para preparar o culto inicial de “um retiro alternativo ao carnaval”. Fui dormir sem saber que música espiritual escolher. Acreditem: sonhei que Deus me dizia: “A música que mais gosto é: “Quem não gosta de samba, bom sujeito não é”. É ruim da cabeça, ou doente do pé”. Ninguém do grupo acreditou na minha inspiração. A música foi julgada indigna e nunca mais me convidaram para escolher músicas para retiros de carnaval.
Deus