desvalorização cambial
As condições de deterioração dos custos, prazo e volume do financiamento externo voluntário contribuíram para a desvalorização do real. A queda das reservas internacionais tornava preocupante o processo de desvalorização e, como reflexo, as novas emissões de bônus sofreram grande contração no período. Já as empresas detentoras de títulos em moeda estrangeira buscaram realizar a liquidação antecipada de seus títulos buscando se proteger da desvalorização cambial. Os investidores e bancos estrangeiros também buscaram proteger suas carteiras do chamado risco Brasil e restringiram o crédito das tradicionais linhas de curto prazo das carteiras comerciais dos principais bancos do país.
O fato de grande parte das exportações brasileiras ser voltada para o Mercosul, que vinham sofrendo com a crise externa, só agravou a situação do setor cambial. A queda na oferta de crédito externo prejudicou a recuperação do setor exportador. Contudo, mesmo com condições adversas a desvalorização do real obteve sucesso e pôde contar com grande ajuda financeira do FMI. O êxito na operação ficou claro no baixo coeficiente de repasse aos preços, índice que ficou próximo ao verificado nos países europeus quando da desvalorização cambial nos anos 90. Enquanto a média dos países latinos era 25% no Brasil o índice situou-se em 9,6%. A explicação para o êxito observado, consiste no desmonte do sistema de indexação que alterou a relação preço/câmbio, eliminando o mecanismo de feedback que repassava as alterações de preço do setor externo para os outros setores da economia.
Para o setor industrial a desvalorização cambial pressionou os preços de duas formas; a primeira refere-se aos custos industriais, quanto maior for a dependência por insumos externos maior será a pressão exercida no setor. A segunda diz respeito à tendência das firmas