Despotismo esclarecido
A proeminência dos ideais iluministas, surgidos durante o século XVIII, concebeu um conjunto de transformações que não se limitou ao universo letrado e burguês. As diretrizes desse novo movimento também estabeleceram interessantes transformações no interior de algumas monarquias absolutistas européias. Era o início de um movimento conhecido como despotismo esclarecido. Os tronos da Rússia, França, Áustria e da Península Ibérica foram os principais focos dessa redefinição política.
Sem abandonar as benesses do regime monárquico, os reis desses países enxergavam a necessidade do domínio de alguns saberes considerados úteis na tomada de decisões político-administrativas. O monarca deveria dominar os princípios iluministas ou, no mínimo, estar assessorado por ministros que conhecessem as mais importantes obras do pensamento filosófico e econômico iluminista. Dessa forma, a razão ganhava espaço no cenário político europeu.
A idéia de que o rei era a personificação do Estado cedeu lugar para governos que contavam com uma nova diretriz política capaz de delegar cargos a indivíduos sintonizados com as necessidades racionais do governo e da população. Ministros e filósofos deveriam ser os principais conselheiros da autoridade real. A Igreja, representada pelo Alto Clero, perdeu boa parte de sua influência anteriormente exercida junto às monarquias.
Apesar dessas modificações, o despotismo esclarecido vetava a idéia de se restringir a autoridade monárquica. Os princípios democratizantes e liberais do iluminismo eram postos para fora dos palácios reais. A principal meta desse movimento de reforma política era a melhoria do funcionamento da máquina burocrática. Dessa forma, o poder do Estado e o desenvolvimento da economia nacional alcançariam resultados mais expressivos e eficientes.
Na Prússia, o rei Frederico II (1740 – 1786) foi fortemente influenciado pelos ensinamentos de Voltaire. Durante seu reinado, os castigos físicos foram banidos e