Desorientação visuo-espacial
O homem – ser adaptado à vida terrestre. Possui sentidos eficientes e capazes de mantê-lo em equilíbrio e orientado no espaço, perfeitamente ajustados à condição gravitacional da Terra e, à custa disso, pode experimentar diversos tipos de movimentos mantendo o senso de orientação, considerando-se a existência de uma aceleração constante, a força da gravidade. Apesar da capacidade de adaptação da fisiologia humana quando no seu ambiente natural terrestre, em relação à orientação em vôo, no entanto, isso não ocorre, pois este ambiente não proporciona estímulos adequados para os sentidos adaptados à vida na terra. Nesta situação, os referenciais para o equilíbrio e orientação são diferentes, surgindo um conflito de informações provenientes desses mesmos sentidos que podem provocar a perda da capacidade de orientar-se no espaço, ou seja, a desorientação espacial.
A maioria dos pilotos reconhece que a desorientação é uma das ilusões mais comuns que ocorrem, mesmo para quem já está voando por algum tempo.
Nossos olhos são os principais responsáveis pela nossa orientação durante o voo. Temos os órgãos de equilíbrio em nossos ouvidos chamados canais semicirculares e os órgãos chamados otólitos, mas eles não são muito eficazes como sensores de orientação durante o voo. Durante o voo pelos nossos olhos, que tem no “horizonte” a mais importante referência.
Estes órgãos são projetados para detectar uma curva, mas só até certo nível ou limiar. Estas curvas lentas são chamadas de “below-threshold” ou “sub-threshold” (abaixo do limiar ou sub-limite), pois os nossos órgãos de equilíbrio não são capazes de detectá-lo. Apesar de voar, digamos, com 5 graus de asa direita baixa, nosso corpo ainda achará que está num voo reto e nivelado.
Quando percebemos a atitude inclinada nos instrumentos da aeronave e tentamos corrigi-lo, curvando para a esquerda, provavelmente iremos fazê-lo em uma taxa que os órgãos de equilíbrio passarão a detectar.