Desnasalização das vogais postônicas
A princípio, é necessário explicar o que são as vogais postônicas. Pelo que sabemos as vogais podem ser classificadas quanto a região de articulação (anteriores ou palatais, centrais ou médias, posteriores ou velares), ao grau de abertura (abertas, semiabertas, semifechadas e fechadas), ao papel desempenhado pelas cavidades bucal e nasal (orais e nasais) e a intensidade (tônicas e átonas). Deteremos-nos a estas duas últimas formas de classificar.
A classificação quanto ao papel das cavidades bucal e nasal diz respeito a posição do véu palatino durante a passagem da corrente respiratória, de uma forma mais simples, podemos dizer que as vogais orais são as que pronunciamos só com a boca, como as vogais da palavra chapéu. Já as vogais nasais são caracterizadas por um som que também sai do nariz, como na palavra maçã, garçom, capim. Nesse contexto, a desnasalização nada mais é que a retirada do som nasal da palavra.
Já em relação à tonicidade, dizemos que uma silaba é tônica, quando é a silaba com a pronúncia mais destacada, isto é, mais forte da palavra. Dessa forma podemos dizer que a vogal postônica é a vogal que vem depois da silaba tônica. Por exemplo, a palavra FONEMA – NE é a silaba mais tônica e –A é a vogal postônica, pois precede a silaba –NE.
Assim, a desnasalização das vogais postônicas seria a retirada do som nasal da vogal que precede a silaba tônica. Este fenômeno é explicado pela professora Irene quando sua sobrinha Vera a questiona sobre o porquê de ser comum as pessoas pronunciarem “home”, “onte”, “garage” em vez de “homem”, “ontem”, “garagem”. A professora explica que esta é uma tendência natural da língua portuguesa e mostra o seguinte quadro:
Ao observar o quadro, podemos perceber que muitas palavras, ao passarem do latim para o português perderam o –n final, o que demonstra que a língua portuguesa tem uma tendência natural a eliminar a nasalidade das vogais que vem depois da silaba tônica, isto