Desmilitarização

As manifestações de junho do ano passado (2013) tiveram enorme importância no sentido de relembrar o povo brasileiro do seu direito de ir às ruas e protestar contra suas insatisfações. Além disso, contribuíram ao expor para todas as esferas da sociedade, a repressão e truculência policial, há muito praticadas nas favelas e periferias brasileiras. Essa tônica de ação policial manteve-se no inicio [início] deste ano na contenção dos "rolezinhos" e dos protestos anti-copa, reascendendo o debate sobre o papel e modo de atuação da Policia [Polícia] Militar no trato com a sociedade civil.

Esse modelo de policia [polícia] repressiva deve-se aos fortes laços entre as Forças Armadas e a Policia [Polícia] Militar, herdados do período da Ditadura Militar, que não foram rompidos mesmo após 25 anos da Constituição Federal de 88. O problema desse vínculo é evidente: os policiais são treinados militarmente, ensinados a enxergar a sociedade civil como um inimigo a ser combatido e a rotina policial como uma guerra. A relação entre as duas instituições é tão forte que as UPPs (Unidades de Policia Pacificadoras) são comandadas efetivamente pelas Forças Armadas e a segurança pública durante a Copa do Mundo será realizada pelo Exército.

Como se não bastasse a repressão, a Policia [Polícia] Militar encontra seu esgotamento quando junto à [a] isso inclui-se [incluem-se] as péssimas condições oferecidas aos seus efetivos, principal causa da corrupção endêmica que assola o setor, propiciando o acordo entre as facções criminosas e policias [polícias] . Os resultados dessa crise são as cenas horríveis promovidas pela PM durante os protestos e o exorbitante número de execuções primárias no Brasil, chamadas eufemisticamente de autos de resistência (mortes de civis resultantes da ação policial).

O país vive um momento decisivo desse debate e a solução para este cenário passa pela via legislativa e pela atuação dos Governos Estaduais. Esta [Está] na melhora das condições de trabalho dos